No
passado dia 11 de Abril e no âmbito do convite realizado pela Vereadora do
Pelouro da Educação, Prof.ª Dulce Pereira, a APEECE/EB2RSD participou na
Conferência “Vamos falar de Educação Sexual”.
O
psicólogo, Doutor Miguel Riccou iniciou a conferência com uma interessante referência a “Open Mind” e a constatação de
que se verificam demasiadas certezas e convicções sobre Educação Sexual. Destacou
a definição de sexualidade segundo a
OMS, Organização Mundial de Saúde, de onde sobressai a relação desta com os
afectos e com o prazer que se retira do contacto físico estabelecido com as
outras pessoas, nomeadamente de um simples aperto de mão ou de um abraço. Realçou
a dificuldade que as pessoas sentem em lidar com estas questões.
Citando
Thomas Moore, ainda no âmbito da sexualidade, fez uma breve referência ao sexo
enquanto contacto físico íntimo estabelecido entre dois seres humanos,
salvaguardando que este constitui apenas uma dimensão da sexualidade, devendo a
mesma centrar-se no domínio das emoções e da afectividade.
Ao longo da história, esta temática
tem sido objecto de estudo, verificando-se que lhe está implícita a questão dos
valores, da família e da educação. Neste contexto, considerando que a educação
visa o melhor interesse das crianças, a educação sexual é fundamental para a
sua formação e crescimento saudável, sendo condição imprescindível “amar” as nossas crianças.
O
Amor deve ser encarado como a dimensão
essencial da vida de hoje em dia, podendo ser entendido como a demonstração de
carinho e do quanto se gosta de alguém! Assim, a inter-relação entre Amor – Aprovação constituem uma outra
dimensão da sexualidade. Neste
contexto, deve promover - se “o
acreditar de que é capaz”, na certeza de que tal se repercutirá num adulto
capaz de ser o que quiser, sendo assim educado para a diferença e para a
necessidade de realizar escolhas a diferentes níveis.
A
forma de viver os afectos também foi alvo de reflexão. O desenvolvimento dos
afectos implica amor, carinho e aprovação. Inerente aos afectos estão as
emoções, correspondendo estas a estados físicos que se reconhecem e interpretam
com a razão. A razão constitui uma outra dimensão fundamental na relação que se
estabelece com os outros, já que esta se rege pelos valores interiorizados e
fruto da educação adquirida. Assim, é de extrema importância o saber reconhecer
e respeitar quer as minhas emoções quer a do outro.
Os
jovens adolescentes, apesar das suas faculdades e competências, carecem de experiência
de vida que lhes permita viver algumas emoções de forma saudável e consciente.
Muitos autores, defendem que é entre os 5 e os 8 anos que se define a relação
ideal, podendo ser assumida como padrão a relação entre os progenitores. Neste
âmbito, a emoção do amor e da paixão foram objecto de análise,
sobressaindo a noção de relação como forma de dar estrutura, dar segurança, ao Amor.
Nas
relações saudáveis não devem existir falsos conceitos associados ao sexo. Estes
conceitos surgem da dificuldade em definir outros conceitos, como por exemplo:
a homosexualidade. Há necessidade de ultrapassar a tendência de problematizar
situações que não correspondam ao padrão definido.
Os
pais e amigos têm um importante papel na “desconstrução” dos chamados “falsos
conceitos”. É necessário questionar e estar preparado para responder no sentido
de tornar os nossos filhos mais capazes.
Em
suma, no que respeita à sexualidade e ao desenvolvimento emocional, o Doutor
Miguel Riccou considera como dimensões fundamentais:
- a
inexistência de valores - o paradigma da intervenção ao nível dos valores, da
afectividade e emoções;
-
a promoção da responsabilidade através do respeito pela autonomia;
-
a substituição do autoritarismo pela assertividade;
- o ser
diferente dos outros, no sentido de ser
igual em muitas circunstâncias, de fazer escolhas com responsabilidade – Ser capaz
de ser eu!
Face
ao explanado e na nossa humilde opinião, enquanto pais devemos educar os
nossos filhos num ambiente onde o amor e o respeito lhes promova um crescimento
regido por valores que lhes permitam ser adultos responsáveis, autónomos,
capazes de realizarem escolhas adequadas e de serem felizes na sociedade actual.
Consulte: http://www.cm-resende.pt/index.php?oid=9184&op=all
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