quarta-feira, 25 de abril de 2012

Conferência "Vamos falar de Educação Sexual"

No passado dia 11 de Abril e no âmbito do convite realizado pela Vereadora do Pelouro da Educação, Prof.ª Dulce Pereira, a APEECE/EB2RSD participou na Conferência “Vamos falar de Educação Sexual”.
O psicólogo, Doutor Miguel Riccou iniciou a conferência com uma interessante  referência a “Open Mind” e a constatação de que se verificam demasiadas certezas e convicções sobre Educação Sexual. Destacou a definição de sexualidade segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, de onde sobressai a relação desta com os afectos e com o prazer que se retira do contacto físico estabelecido com as outras pessoas, nomeadamente de um simples aperto de mão ou de um abraço. Realçou a dificuldade que as pessoas sentem em lidar com estas questões.
Citando Thomas Moore, ainda no âmbito da sexualidade, fez uma breve referência ao sexo enquanto contacto físico íntimo estabelecido entre dois seres humanos, salvaguardando que este constitui apenas uma dimensão da sexualidade, devendo a mesma centrar-se no domínio das emoções e da afectividade.
            Ao longo da história, esta temática tem sido objecto de estudo, verificando-se que lhe está implícita a questão dos valores, da família e da educação. Neste contexto, considerando que a educação visa o melhor interesse das crianças, a educação sexual é fundamental para a sua formação e crescimento saudável, sendo condição imprescindível “amar” as nossas crianças.
O Amor deve ser encarado como a dimensão essencial da vida de hoje em dia, podendo ser entendido como a demonstração de carinho e do quanto se gosta de alguém! Assim, a inter-relação entre Amor – Aprovação constituem uma outra dimensão da sexualidade. Neste contexto, deve promover - se  “o acreditar de que é capaz”, na certeza de que tal se repercutirá num adulto capaz de ser o que quiser, sendo assim educado para a diferença e para a necessidade de realizar escolhas a diferentes níveis.
A forma de viver os afectos também foi alvo de reflexão. O desenvolvimento dos afectos implica amor, carinho e aprovação. Inerente aos afectos estão as emoções, correspondendo estas a estados físicos que se reconhecem e interpretam com a razão. A razão constitui uma outra dimensão fundamental na relação que se estabelece com os outros, já que esta se rege pelos valores interiorizados e fruto da educação adquirida. Assim, é de extrema importância o saber reconhecer e respeitar quer as minhas emoções quer a do outro.
Os jovens adolescentes, apesar das suas faculdades e competências, carecem de experiência de vida que lhes permita viver algumas emoções de forma saudável e consciente. Muitos autores, defendem que é entre os 5 e os 8 anos que se define a relação ideal, podendo ser assumida como padrão a relação entre os progenitores. Neste âmbito, a emoção do amor e da paixão foram objecto de análise, sobressaindo a noção de relação como forma de dar estrutura, dar segurança, ao Amor.
Nas relações saudáveis não devem existir falsos conceitos associados ao sexo. Estes conceitos surgem da dificuldade em definir outros conceitos, como por exemplo: a homosexualidade. Há necessidade de ultrapassar a tendência de problematizar situações que não correspondam ao padrão definido.
Os pais e amigos têm um importante papel na “desconstrução” dos chamados “falsos conceitos”. É necessário questionar e estar preparado para responder no sentido de tornar os nossos filhos mais capazes.
Em suma, no que respeita à sexualidade e ao desenvolvimento emocional, o Doutor Miguel Riccou considera como dimensões fundamentais:
- a inexistência de valores - o paradigma da intervenção ao nível dos valores, da afectividade e emoções;
- a promoção da responsabilidade através do respeito pela autonomia;
- a substituição do autoritarismo pela assertividade;
- o ser diferente dos outros, no sentido  de ser igual em muitas circunstâncias, de fazer escolhas com responsabilidade – Ser capaz de ser eu!
Face ao explanado e na nossa humilde opinião, enquanto pais devemos educar os nossos filhos num ambiente onde o amor e o respeito lhes promova um crescimento regido por valores que lhes permitam ser adultos responsáveis, autónomos, capazes de realizarem escolhas adequadas e de serem felizes na sociedade actual.
Consulte:  http://www.cm-resende.pt/index.php?oid=9184&op=all

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